sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

A Dança/ Soneto XVII


Não te amo como se fosses rosa de sal, topázio


ou flecha de cravos que propagam o fogo:

amo-te como se amam certas coisas obscuras,

secretamente, entre a sombra e a alma. 




Te amo como a planta que não floresce e leva

dentro de si, oculta a luz daquelas flores, 

e graças a teu amor vive escuro em meu corpo

o apertado aroma que ascendeu da terra.



Te amo sem saber como, nem quando, nem onde, 

te amo diretamente sem problemas nem orgulho:

assim te amo porque não sei amar de outra maneira, 




senão assim deste modo em que não sou nem és

tão perto que tua mão sobre meu peito é minha

tão perto que se fecham teus olhos com meu sonho.

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